sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Hoje última Postagem de 2011,só Agradecimentos


Prezados amigos de todo Brasil,quero dedicar esta postagem, aos que amam de verdadeira a arte de caíssa,que fazem do xadrez um esporte bonito,que reune pessoas amigos curiosos com um só objetivo, do esporte crescer e ser multiplicado em todo país.
Agradecer a Federação Internacional de xadrez,pela organização de eventos em todo mundo;
Agradecer a Confederação Brasileira de xadrez,pelo excelente trabalho feito em todo Brasil;
Agradecer a Federação Pernambucana de xadrez pelo apóio em todo estado da capital ao sertão;
Agradecer aos clubes qua fazem um bom trabalhos em suas cidades;
Agradecer a todos os blogs e sites,que divulgam nosso espote, em todo país;
Agradecer aos Diretores de torneios organizadores,por tomar a iniciativa de realizar eventos;
tenham boas festas e feliz 2012 com muita paz saúde e prosperidade.
Agnaldo Melo dos Santos
vice-presidente da fpex

CALLOKA E ROMERO VICE-PRESIDENTE DA FPEX

A Federação não vai inteferir em problemas particulares,é uma questão Municipal ,assim como a cbx não intefere no estado. cabe aos senhores menbros da federação terminar com isso,final de ano,momento de paz e armonia,já esta definitos os dois são Campeões Afogadense,outra coisa os blogs de vcs são os mais visitados do Brasil vamos postar coisas boas.nós do interior conquistamos a federação isso era impossível em outros anos,vamos horar isso senhores,o xadrez petrolina reconhece os campeões de afogados romero e caloka. boas festas.

Agnaldo Melo dos Santos
vice-presidente da federação Pernambucana de xadrez

Ingra Ribeiro:leva o nome de Petrolina e de Pernambuco para o Mundo todo


Mestre Emídio Ingra Ribeiro tem uma força de gigante,acompanhei toda sua História no xadrez,é pura talento,na vida nos estudos e no esporte,parabéns sucesso e prosperiade.
que Deus Ilumine cada vez mais você e toda sua Familia.

1974 Rio de Janeiro tivemos 02 Campeões Brasileiro



Alesandru segual e Màrcio Miranda foram Campeões Brasileiro de xadrez juntos.

Meus Queridos Romero e Kalloka,fica como esta 02 campeões mesmo,é hora de brindar o que vcs fizeram no sertão do Pajeú,o xadrez aí na região cresceu bastante com o bom trabalho e dedicação dos dois.

``O Rio Pajéu vai despejar no são francisco e o rio são francisco vai despejar no mei do mar, passando em petrolina e juazeiro.

`` VOCÊ DOIS SÃO A RIQUEZA DO XADREZ NO SERTÃO DO PAJEÚ,LEMBRE-SE DE DAR O BOM EXEMPLO PARA AS NOVAS GERAÇÕES ,QUE ESTÃO CRESCENDO NO MEIOS DO SERTÃO´´. VEJA A FORÇA DE GILBERTO DE ITAPETIM.

Hoje é dia de vcs se encontra e da aquele abraço,lembre-se que a Federação Pernambucana de xadrez,Nomeou os dois como Vice-presidente do setão do Pajéu e esta escrito na posse do Saudoso Bayron Verás,è hora de honrar isso.

Feliz 2012.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PETROLINENSE ABSOLUTO DE XADREZ 2012


PREZADOS AMIGOS ACHO QUE CHEGAMOS A FORMA IDEAL DESTE TORNEIO TÃO ESPERADO TODOS OS ANOS.
CAMPEONATO PETROLINENSE ABSOLUTO DE XADREZ 2012
TAÇA MEMORIAL JOSÉ BANDEIRA
17 A 20 DE FEVEREIRO
PETROLINA-PE
LOCAL:Centro Educacional Vivência;
SISTEMA: swiss 07 rodadas;
TEMPO: 2:00hs para relógio analógico e 1:30+03 de acréscimo por lance,para relógio digital;
FECHADO:para 16 jogadores ;
ARBITRO:AR. Raimundo Amorim;
INSCRIÇÃO: R$ 20,00;
PREMIAÇÃO:VEJA NO REGULAMENTO ABAIXO
CLASSIFICADOS PARA O TORNEIO:todos os jogadores com rating fide + os classificados da seletiva que será nos dias 11 e 12 de fevereiro com tempo clássico de 1:05 m.n nocaute com vaga para os 06 primeiros colocados.
SELETIVA PARA O PETROLINENSE ABSOLUTO 2012
11 E 12 DE FEVEREIRO
PETROLINA-PE
LOCAL:Pitizzaria Nega Fulô
INSCRIÇÃO:R$ 5,00
ARBITRO: AA. Agnaldo Melo
TEMPO: 1:05 nocaute
REGULAMENTO:
1- Torneio aberto aos rating fide de petrolina,mais classificados da seletiva;
2-Caso não tenha interessados na seletiva, o torneio será realizado com os rating fide mais convidados, e o números de rodadas adequadas para quantidade de participantes;
3-o torneio segue rigorosamente as regras da fide;
4-A distribuição da premiação e despesas do torneio,fica da seguinte forma 30% para o 1º colocado e 20% para o segundo. 20% para Arbitragem,20% para os troféus e medalhas e 10% para o organizados;
5- 2012 será em memória e homenagem o josé bandeira pai de Fred;
OBS; ainda sim cabe sugestões.
Agnaldo Melo dos Santos
diretor e organizador do torneio

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dê sua opinião em relação ao Petrolinense Absoluto 2012


Prezados Amigos enxadristas do sertão sanfranciscano,os senhores tem alguma sugestão para este evento :
1-Janeiro ou Fevereiro no Carnaval;
2-swiss de 05 ou 07 rodadas aberto;
3-schuring para os 10 melhores do rating fide e cbx;
3-inscrição 20,00 com 50% para 0 1º lugar e 30% 2º lugar e 20% troféu e medalhas;

mandem comentários para esta postagem,o que a maioria decidir faremos.

Únicos Campeões deste evento desde 2001:

Agnaldo Melo, 04 vezes
GilsonRosa, 03 vezes
Fabio Pires ,02 vezes
Emidio Santana, 01 vez
segue abaixo um pouco da História dos únicos campeões deste evento,se não estiver correta algumas informações mandar comentarios para correção.
Agnaldo Melo dos santos
vice-presidente da fpex
1º comentário de Emidio santana : que seria melhor em fevereiro apos o carnaval com os 10 melhores do rating.

Fabio Pires:História dos Campeões Petrolinenses Absoluto de xadrez


Fabio Pires ,foi Campeão em 2007 e 2010 o bicampeão é hoje considerado o mais forte jogador da região não pelo elo fide e sim pelo jogo que tem mostrado nos últimos torneios, em evulução foi 2º lugar no Aberto do Brasil centenário de Juazeiro do norte, foi Campeão Pernambucano Absoluto em 2010,o Único jogador do Serão pernambucana a conseguir esse feito.

Gison Rosa:História dos Campeões Petrolinense Absoluto de xadrez


Gilson Rosa, foi campeão em 2005,2009 e 2011,agora com sistema swiss em 05 ou 07 rodadas o mestre Gilson o rating mais alto do sertão pernambucano,fez belíssimas partidas,conquistando assim 03 vezes este evento,em 2005 o torneio foi realizado no Colégio Adelino Almeida,em 2009 no clube Petrolinense de xadrez e 2011 no centro educacional vivencia.

Emídio santana:História dos campeões petrolinenses de xadrez


Emidio Santana,54 anos foi Campeão em 2004,um dos torneios mais demorados da histária da região, as partidas eram realizadas todo final de semana no domingo no sistema schuring foram 02 meses e 15 dias de torneio, uma verdadeira maratona de xadrez.As paridas foram realizada no CDB ( sede da associação) após as partidas nos iriamos para orla de petrolina para discontrair,foi o torneio mais dificil que já participei,por causa da demora,eu acho que no Brasil e no mundo nunca houve isso,mais com dizem que petrolina é a terra dos impossiveis,tudo pode acontecer.

Agnaldo Melo: História dos Campeões Petrolinenses Absolutos


Agnaldo Melo 44 anos foi o 1º campeão petrolinense absoluto de xadrez em 2001,vindo a conquistar outras vezes, em 2003, 2006 e 2008,o evento passou a ser regularizado e oficializado em 2001,pelo Associação sanfranciscana de xadrez, na pessoa do Professor Emidio Santana que foi presidente por vários mandatos,de 2006 em diante o evento passou a ser reconhecido pela federação pernambucana de xadrez, ainda presidente o Manoel de almeida que divulgava a foto dos campeões no site da fpex.com.br ,hoje extinto.
Os torneios de 2001,2003, e 2008 foi no sistema swiss e o torneio de 2006 foi no antigo sistema da fpex mata-mata,indo para final Agnaldo Melo e Ely James numa melhor de 03:
1º jogo Ely james 1 x 0 agnaldo melo
2ºjogo Agnaldo melo 1 x 0 Ely James
3º jogo Agnaldo melo 1 x 0 Ely james

Campeonato Petrolinense Absoluto 2012


Prezados Amigos enxadristas do sertão sanfranciscano,os senhores tem alguma sugestão para este evento :
1-Janeiro ou Fevereiro no Carnaval;
2-swiss de 05 ou 07 rodadas aberto;
3-schuring para os 10 melhores do rating fide e cbx;
3-inscrição 20,00 com 50% para 0 1º lugar e 30% 2º lugar e 20% troféu e medalhas;
mandem comentários para esta postagem,o que a maioria decidir faremos.
Únicos Campeões deste evento desde 2001:
Agnaldo Melo, 04 vezes
GilsonRosa, 03 vezes
Fabio Pires ,02 vezes
Emidio Santana, 01 vez
Agnaldo Melo dos santos
vice-presidente da fpex

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Anand:História dos Campeões Mundiais de xadrez


Viswanathan Anand, também conhecido como Vishy Anand (Chennai, 11 de dezembro de 1969) é o atual campeão mundial de Xadrez. É um Grande Mestre indiano. Na Índia, Viswanathan Anand é uma celebridade dos esportes.





A ascensão de Anand no mundo do xadrez indiano foi meteórica. Sucessos de nível nacional cedo apareceram, em 1983, quando aos catorze anos de idade venceu o campeonato de xadrez indiano (categoria sub-júnior) com um registo de 9/9. Tornou-se o indiano mais jovem de todos os tempos a obter o título de Mestre Internacional com quinze anos, em 1984. Com dezesseis anos tornou-se campeão nacional, título que ganhou mais duas vezes. Por também disputar suas partidas na velocidade blitz (o tempo para terminar o jogo é muito reduzido, 5 minutos), ganhou a alcunha de "Lightning Kid" ("rapaz-relâmpago", uma vez que na Índia em vez de se utilizar o termo blitz, utiliza-se o termo lightning). Em 1987, foi o primeiro indiano a ganhar o Campeonato do mundo de xadrez júnior. Aos dezoito anos tornou-se o primeiro Grande Mestre indiano.

Anand, apareceu nos maiores escalões do xadrez no início da década de 1990, ganhando torneios de prestígio como o Reggio Emilla em 1991 (à frente de Garry Kasparov e Anatoly Karpov, que estavam em grande forma). Apesar de jogar em tão alto nível, não abrandou, continuando a jogar na velocidade blitz.

Entre os seus sucessos mais recentes em torneios contam-se a vitória em Dortmund em 2004, bem como as vitórias em 2003 e 2004 no prestigiado Torneio Corus, realizado na cidade holandesa de Wijk aan Zee.

Anand tem estado no top-cinco do ranking já há uma década, sendo a maior parte desse tempo passado no top-três. Anand tem sido o jogador não russo mais forte desde Bobby Fischer. Como Fischer, também Anand ganhou por três vezes o Chess Oscar (literalmente, Oscar do xadrez, um importante prémio que distingue anualmente um jogador de xadrez encarado como superior aos outros nesse ano), nos anos de 1997, 1998 e 2003.






Anand contra Kramnik, 2008.
Viswanathan Anand qualificou-se para a final do Campeonato do Mundo de Xadrez da PCA, após ter levado de vencida na qualificação Michael Adams e Gata Kamsky. Em 1995, jogou a final contra Kasparov no World Trade Center em Nova Iorque. Após um início marcado por oito empates (um record em matches a contar para o campeonato do mundo), Anand venceu o nono jogo, perdendo depois quatro dos cinco jogos seguintes, cifrando-se o resultado do match numa derrota por 10,5–7,5.

Após várias tentativas frustradas por pouco, Anand conseguiu finalmente vencer o Campeonato Mundial da FIDE em 2000, após ter batido Alexei Shirov, tornando-se o primeiro indiano a ganhar este título.

Em Outubro de 2003, a FIDE organizou um torneio em Cap d’Agde denominando-o como World Rapid Chess Championship (literalmente, campeonato do mundo de xadrez rápido). Cada jogador dispunha de 25 minutos para concluir o jogo, sendo-lhe concedidos mais dez segundos após cada jogada. Anand venceu esta prova à frente de dez dos doze jogadores de topo, em nível mundial, sendo Kasparov o único a não ter comparecido.

Em Setembro de 2007, em um campeonato realizado na Cidade do México, Anand conseguiu novamente o título de campeão mundial de xadrez, desta vez absoluto e unificado, tirando o título de campeão do mundo de Vladimir Kramnik.

Proeza conseguida no ano seguinte, onde defendeu convincentemente o título absoluto, após ter batido Vladimir Kramnik por 4,5-1,5 no match realizado em Outubro de 2008. Permanecendo assim como actual campeão mundial de xadrez.

Em 11 de maio de 2010 na cidade de Sófia, Bulgária, Anand venceu novamente o Campeonato Mundial da FIDE, disputando contra o búlgaro Veselin Topalov. O resultado final foi 6,5-5,5 em um match de doze partidas.

Topalov:História dos Campeões Mundiais de xadrez










Topalov



Informações pessoais



Nome completo

Veselin Topalov



Nascimento

15 de março de 1975 (36 anos)
Ruse, Bulgária



Nacionalidade

Bulgária



Títulos

Grande Mestre


Veselin Topalov (15 de Março de 1975, Ruse, Bulgária) jogador búlgaro e detentor do título de grande mestre de xadrez. Segundo colocado no ranking mundial empatado com Anand na lista divulgada em Julho de 2005 pela Fide.

Numa entrevista publicada recentemente contava que escolheu a Espanha para formar-se enxadristicamente: "Necessitava jogar muitos torneios para amadurecer e colher experiência, e a Espanha estava em plena expansão em termos de organização. Meu treinador conseguiu que me convidassem para os torneios de Elgoibar, Oviedo e Las Palmas, onde reparti a primeira posição com Viktor Korchnoi e Zenón Franco. Em 1992 joguei mais de 20 torneios abertos, nas mesmas circunstâncias, seria incapaz de realizar. Estes dois anos na Espanha me serviram para aumentar meu ELO de 2460 (ao redor de 1500 na classificação mundial) para 2670 (12º do mundo) e converter-me num verdadeiro profissional. Foram tempos difíceis a princípio, quando só sabia algumas palavras de espanhol."


[editar] Títulos
Campeão Mundial FIDE 2006
Madrid 1994, 1996, 1997
Dos Hermanas 1996
Amsterdam 1996
Vienna 1996
Novgorod 1996
Antwerp 1997
Monaco 2001
Dortmund 2001
Linares 2005 (empatado com Kasparov, porém perde no desempate)
Sófia 2005

Kramnik:História dos Campeões Mundiais de xadrez


Vladimir Borisovich Kramnik (em russo Владимир Борисович Крамник, transliteração Vladimir Borisovič Kramnik; 25 de junho de 1975, Tuapse, Rússia) é um grande mestre atual de xadrez.

Kramnik aprendeu os conceitos mais básicos do xadrez aos 5 anos de idade, sendo treinado por um tempo pelo pai, Zeshkovsky. Kramnik conseguiu seu título de mestre internacional quando tinha apenas 11 anos, e conseguiu seu primeiro grande título na carreira em 1995.

Em 1992 foi apontado por Garry Kasparov, campeão mundial na época e que reconhecia a habilidade de Kramnik, como um possível aspirante ao título do mundo, para integrar a equipe russa nas Olimpíadas de Xadrez de Manila. Vladimir conseguiu 8,5 dos 9 pontos possíveis e conquistou o título de Grande Mestre Internacional de Xadrez.

O estilo de jogo de Kramnik é prudente e extremamente precavido, assim sendo não gosta muito de assumir riscos no tabuleiro. Esse estilo faz com que perca um número reduzido de partidas.

Considerado por muitos, juntamente com Viswanathan Anand, um forte candidato a tirar o título mundial de Kasparov, conseguiu o feito em 2000, sendo até hoje o campeão mundial de xadrez pela WCC (Conselho Mundial de Xadrez), que é uma entidade dissidente da FIDE (Federação Internacional de Xadrez), órgão máximo do xadrez mundial. Kramnik está em sexto lugar no Rating da FIDE.

Entre 25 de novembro e 5 de dezembro de 2006 Kramnik enfrentou o computador Deep Fritz e foi derrotado, perdendo 2 partidas e empatando 4. Na primeira derrota, Kramnik, concentrado apenas no flanco da dama onde um peão passado poderia levá-lo a vitória, deixou passar a possibilidade de Fritz aplicar-lhe mate na jogada seguinte e perdeu um jogo que poderia ter ao menos empatado facilmente.

Kasparov:História dos Campeões Mundiais de xadrez










Garry Kasparov







Garry Kasparov em 2007


Informações pessoais



Nome completo

Garry Kimovich Weinstein (nascimento)



Nascimento

13 de abril de 1963 (48 anos)
Baku, RSS do Azerbaijão
União Soviética[1]



Títulos

Grande Mestre (1980) [2]



Período em atividade

1976 - 2005



Conquistas



Campeonato Mundial

1985 – 1992
1993 – 2000 (Clássico)


Garry Kasparov (em russo: Га́рри Ки́мович Каспа́ров; pronúncia russa AFI: [ˈɡarʲɪ ˈkʲiməvʲɪtɕ kɐˈsparəf], nascido Garry Kimovich Weinstein, Baku,[1] 13 de abril de 1963) é um Grande Mestre e ex-campeão mundial de xadrez, escritor e ativista político nascido na República Socialista Soviética do Azerbaijão, União Soviética (atual Azerbaijão). É considerado por muitos o maior enxadrista de todos os tempos.[3][4][5]

Kasparov foi o jogador mais novo a se tornar campeão mundial de xadrez em 1985, quando tinha 22 anos.[6] Manteve o título mundial oficial da Federação Internacional de Xadrez até 1993, quando uma disputa com a FIDE levou-o a criar uma organização rival, a Professional Chess Association. Ele continuou a vencer o Campeonato Mundial de Xadrez Clássico até ser derrotado por Vladimir Kramnik em 2000. Garry também é largamente conhecido por ser o primeiro campeão mundial de xadrez a perder uma partida para um computador, quando perdeu para o Deep Blue em 1997.[7][8]

As conquistas de Kasparov incluem ser classificado como o número um do mundo de acordo com o rating ELO quase continuamente de 1986 até sua aposentadoria em 2005 e por sustentar a classificação mais alta de todos os tempos, de 2851.[5] Ele mantém, também, o recorde de Chess Oscars, tendo recebido o prêmio onze vezes.[9]

Entre 1984 e 1990, Kasparov foi membro do Comitê Central de Komsomol e membro do Partido Comunista da União Soviética.[10] Ele anunciou sua aposentadoria do xadrez profissional em 10 de março de 2005, para dedicar seu tempo à política e à escrita. Formou o movimento United Civil Front, e tornou-se membro do The Other Russia, uma coalizão de oposição à administração de Vladimir Putin. Ele foi candidato para presidente nas eleições de 2008, mas depois desistiu. Embora altamente considerado, no Oriente, como um símbolo de oposição a Putin, o apoio de Kasparov na Rússia era fraco.[11][12]

Em 14 de abril de 2007 Kasparov foi preso com quase outras 200 pessoas ao participar de um protesto contra o Kremlin, e ficou detido por cerca de dez horas, além de ter sido multado em mil rublos.[13] Em novembro do mesmo ano, foi novamente preso, em um protesto contra Vladimir Putin e ficou detido desta vez por cinco dias.[14]








Aos 11 anos, em Vilnius, no ano de 1974.
Garry Kasparov nasceu Garry Weinstein (russo: Гарри Вайнштейн) em Baku, de uma mãe armênia e um pai judeu.[15] Ele se iniciou no estudo do xadrez após propor uma solução para um problema criado por seus pais.[16] Seu pai morreu de leucemia quando ele tinha sete anos.[17] Aos 12, ele adotou o sobrenome armeniano de sua mãe, Kasparyan, modificando-o para uma versão mais russa, Kasparov.[18]

A partir dos 7 anos, Kasparov frequentou a Young Pioneer Palace em Baku e aos 10 começou a treinar na escola de xadrez de Mikhail Botvinnik, com o técnico Vladimir Makogonov. Makogonov desenvolveu as habilidades posicionais de Garry e ensinou-o a execução da Defesa Caro-Kann e variantes do Gambito da Dama.[19] Kasparov venceu o Campeonato de Juniores da União Soviética em Tbilisi, no ano de 1976, aos 13 anos, com 7 pontos de 9. Ele repetiu a façanha no ano seguinte, com um placar de 8½ de 9.[20] Durante este tempo, estava sendo treinado por Alexander Shakarov.[21]

Em 1978, Kasparov participou do torneio Sokolsky Memorial, em Minsk. Ele foi convidado como uma exceção mas ficou em primeiro lugar. Garry já disse repetidamente que este evento foi o ponto de virada da sua vida e convenceu-o de escolher o xadrez como sua carreira.[22]

Ele se classificou para o Campeonato de xadrez da União Soviética pela primeira vez aos 15 anos, em 1978, o jogador mais novo naquele nível. Ele venceu o torneio em Daugavpils, pelo tiebreaker com Igor V. Ivanov, garantindo o único lugar de qualificação.[23]

Kasparov subiu rapidamente no ranking da FIDE. Começando com a supervisão da Federação Russa de Xadrez, ele participou de um torneio de Grande mestre em Banja Luka, em 1979, enquanto ainda não tinha classificação. Ele ganhou este torneio de alta classe, emergindo com um ranking provisório de 2595, o suficiente para levá-lo ao grupo dos melhores jogadores do mundo, que na época era representado por quinze enxadristas.[24] No ano seguinte, ele venceu o Campeonato Mundial de Juniores em Dortmund, Alemanha Ocidental. Depois daquele ano, ele fez sua estreia como segundo reserva da União Soviética na Olimpíada de Xadrez em La Valletta, Malta e se tornou um Grande Mestre de Xadrez (ou Grandmaster).[25]






Kasparov após vencer o título de Campeão Mundial em 1985.
A segunda disputa entre Anatoly Karpov e Garry Kasparov foi organizada em Moscou como o melhor de 24 jogos, onde o primeiro jogador a obter 12,5 pontos ganharia o título de Campeão Mundial e o resultado final não importaria. Mas no caso de um empate de 12-12, o título permaneceria com o Campeão anterior, Karpov. Em 9 de novembro de 1985, Kasparov se tornou Campeão Mundial com o placar de 13-11, vencendo o vigésimo quarto jogo com as peças pretas e usando a Defesa Siciliana. Ele tinha 22 anos na época, o que fez dele o mais novo jogador a se tornar Campeão Mundial de Xadrez. A vitória de Kasparov com as pretas no décimo sexto jogo é considerado uma das melhores partidas de xadrez de todos os tempos.[6]






Kasparov jogando contra Vladimir Kramnik no Botvinnik Memorial em Moscou, 2001
A disputa entre Kasparov e Vladimir Kramnik ocorreu em Londres, durante o segundo semestre de 2000. Kramnik foi um aluno de Kasparov na lendária escola de xadrez de Botvinnik/Kasparov, e participou de seu time na disputa de 1995 contra Viswanathan Anand.[26]

O melhor preparado Kramnik venceu o Jogo 2 contra a Defesa Grünfeld de Kasparov e conquistou posições de vitória nos Jogos 4 e 6.[27] Kasparov fez um erro crítico no Jogo 10 com a Defesa Nimzoíndia, a qual Kramnik aproveitou para ganhar em 25 jogadas. Com as peças brancas, Kasparov não podia destruir a Defesa de Berlim da Ruy López e Kramnik fez todo o jogo com as pretas. Kramnik ganhou a partida com o placar de 8,5-6,5 e pela primeira vez em 15 anos Kasparov não teve nenhum título de campeonato mundial. Ele se tornou o primeiro jogador a perder um campeonato mundial sem ganhar um jogo desde Emanuel Lasker em 1921.[28]

Após perder o título, Kasparov ganhou uma série de torneios e continuou sendo o jogador melhor classificado do mundo, na frente de Kramnik e os outros Campeões Mundiais da FIDE. Em 2001 ele recusou um convite para o Torneio de Candidatos para o título Clássico em Dortmund.[29]


Em fevereiro de 1996 o computador de xadrez da IBM chamado Deep Blue venceu Kasparov em um jogo usando controles de tempo normal no Jogo 1. Mas Kasparov reagiu bem, terminando com 3 vitórias e 2 empates e ganhando facilmente a disputa.[30]

Em maio de 1997, uma versão atualizada do Deep Blue derrotou Kasparov com um placar de 3½–2½ em uma disputa muito divulgada. Após cinco jogos, os dois jogadores estavam na mesma, porém Kasparov foi vencido do Jogo 6. Esta foi a primeira vez que um computador venceu um campeão mundial em uma disputa. Um documentário sobre este evento foi feito, intitulado Game Over: Kasparov and the Machine.[31]

Kasparov declarou que muitos fatores pesaram contra ele nesta disputa. Em particular, foi negado a ele o acesso aos jogos recentes do Deep Blue, enquanto o time do computador poderia estudar centenas dos jogos de Kasparov.[32]

Após a derrota, Kasparov disse que algumas vezes percebeu profunda inteligência e criatividade nos movimentos do computador, sugerindo que durante o segundo jogo jogadores humanos, em contravenção às regras, fizeram intervenções. A IBM negou que tenha trapaceado, dizendo que a única intervenção humana ocorreu entre jogos. A regra para que os desenvolvedores modificassem o programa entre jogos foi uma oportunidade que eles disseram que usaram para reforçar fraquezas nas jogadas do computador reveladas durante o curso da partida. Kasparov requereu acesso aos registros da máquina mas a IBM recusou, embora tenha publicado-os na internet posteriormente.[33] O Garry pediu uma revanche, mas a IBM negou e aposentou o Deep Blue, o que foi visto por Kasparov como uma forma de cobrir as evidências de adulteração durante o jogo.[34]

[editar] Aposentadoria do xadrez

Após vencer o prestigioso Torneio de Linares pela nona vez, Kasparov anunciou em 10 de março de 2005 que ele se aposentaria das competições de xadrez. Ele citou como razão a falta de objetivos pessoais no mundo do xadrez e expressou frustração com o fiasco da tentativa de reunificar o campeonato mundial.[35]

Kasparov disse que poderia jogar em alguns eventos de xadrez rápido por diversão, mas pretendia dedicar mais tempo para seus livros e em outras áreas da vida, e iria continuar se envolvendo na política russa.[36]

Garry se casou três vezes: com Masha, com quem ele teve uma filha antes de se divorciar; com Yulia, com quem ele teve um filho antes do divórcio em 2005; e com Daria, com quem também tem uma criança.[37]

[editar] Livros

Kasparov escreveu uma série de livros sobre xadrez. Ele publicou uma autobiografia controversa, ainda com cerca de 20 anos, originalmente intitulada Child of Change, mais tarde renomeada Unlimited Challenge.[38] Este livro foi posteriormente atualizado várias vezes depois que se tornou ele Campeão Mundial. Ele também escreveu um livro com as anotações dos jogos da sua vitória no Campeonato Mundial de Xadrez de 1985, "World Chess Championship Match: Moscow, 1985" e uma coleção de outros jogos anotados em 1985: "Fighting Chess: My Games and Career" e este livro também foi atualizado várias vezes em futuras edições.[39]

Em 1982, ele escreveu "Batsford Chess Openings", juntamente a outro Grandmaster britânico, o qual ganhou uma segunda versão em 1989. Também foi co-autor de dois livros de aberturas com seu treinador Alexander Nikitin na década de 1980. Kasparov também contribuiu amplamente para a série de aberturas de cinco volumes intitulada "Encyclopedia of Chess Openings".[40]

[editar] Política





Kasparov em São Petersburgo em 9 de junho de 2007.
Kasparov se juntou ao Partido Comunista da União Soviética em 1984 e em 1987 foi eleito ao Comitê Central do Komsomol. No ano de 1990 ele saiu do partido e em maio participou da criação do Partido Democrático da Rússia. Em 1991, Kasparov recebeu um prêmio do Center for Security Policy (um think tank dos Estados Unidos) por suas contribuições "à defesa dos valores Americanos e dos Estados Unidos pelo mundo".[37][41][42]

Em 30 de setembro de 2007, Kasparov entrou na corrida presidencial russa, recebendo 379 votos de 498 em um congresso realizado em Moscou.[43]

Em outubro de 2007, Kasparov anunciou sua intenção de ser candidato da coalizão de oposição a Vladimir Putin "Other Russia" e prometeu lutar por uma "Rússia democrática e justa". Posteriormente, naquele mês, ele viajou aos Estados Unidos, onde apareceu em muitos programas de televisão.[44]

Em 24 de novembro de 2007, Kasparov e outros manifestantes foram detidos pela polícia em um comício da Other Russia em Moscou. Seguiu-se a isto uma tentativa por parte de cerca de cem manifestantes de romper as linhas policiais e marchar sobre a comissão eleitoral, que tinha barrado sua coalizão nas eleições parlamentares. Ele foi posteriormente acusado de resistir à prisão e organizar um protesto não autorizado e recebeu uma sentença de prisão de cinco dias, sendo libertado em 29 de novembro.[45][46]

Posteriormente naquele ano, Putin falou brevemente sobre o incidente em entrevista à revista Time, dizendo: "Por que o senhor Kasparov, quando preso, fala em inglês, em vez do russo? Quando um político trabalha a multidão de outras nações e não a russa, isso quer dizer alguma coisa".[47]

Em 12 de dezembro de 2007, Kasparov anunciou que ele teve de retirar sua candidatura presidencial, devido à incapacidade de alugar um salão, onde pelo menos quinhentos dos seus apoiantes poderiam se reunir para endossar sua candidatura, como é legalmente exigido. Com o prazo expira na mesma data, ele alegou que era impossível para ele concorrer. A porta-voz de Kasparov acusou o governo de usar a pressão para impedir o aluguel de um salão para a reunião e disse que a comissão eleitoral rejeitou uma proposta de realização de pequenas reuniões ao mesmo tempo, em vez de uma só em um grande salão.[48]

Karpov:História dos Campeões Mundiais de xadrez


Carreira

Sagrou-se campeão mundial juvenil em 1969 e obteve o título de Grande Mestre em 1970. Ao vencer o Torneio Interzonal de Leningrado (1973), qualificou-se para disputar, no ano seguinte, o Torneio de Candidatos, que consistia em uma série de matches eliminatórios cujo vencedor apontaria o desafiante ao título mundial. Karpov derrotou, sucessivamente, a Lev Polugaevsky, Boris Spassky e Viktor Korchnoi, obtendo assim o direito a um match pela coroa suprema contra o então campeão, o legendário estado-unidense Bobby Fischer.

Fischer, todavia, desistiu de disputar a final, pois não concordava que o match tivesse um número determinado de jogos. A proposta de Bobby Fischer era de que se sagrasse campeão quem obtivesse primeiro nove vitórias, sem limite de número de jogos. Diante da desistência do campeão, o presidente da FIDE (Federação Internacional de Xadrez) à época, o ex-campeão mundial Max Euwe, proclamou Karpov campeão. Karpov tornou-se, assim, o primeiro campeão mundial de xadrez a ganhar o título sem disputar uma final.

Nos anos seguintes Karpov foi um participante assíduo nos principais torneios, vencendo-os quase sempre. Confirmava, desta forma, que merecia o título de campeão.

Em 1978, em Baguio City (Filipinas) e em 1981, em Merano (Itália), Karpov manteve o título máximo derrotando a Korchnoi, que fora o vencedor do Torneio de Candidatos em 1977 e em 1980.

[editar] Pós-Merano

Em 1984 Karpov defendeu seu título diante de seu compatriota Garry Kasparov. O match não chegou ao final. Depois de 48 partidas realizadas, já no início de 1985, Karpov vencia por 5 jogos a 3, com 40 empates, precisando de mais uma vitória para manter o título. Diante da perspectiva de a luta prolongar-se, e tendo em vista o estado de exaustão de ambos os jogadores, o então presidente da FIDE, Florencio Campomanes, em circunstâncias até hoje não inteiramente esclarecidas, deu o match por encerrado, com a condição de que um novo match seria disputado ainda em 1985.

Neste segundo match Karpov foi derrotado por Kasparov, perdendo assim o título mundial após dez anos de reinado. Tentou reaver o título por três vezes diante do mesmo adversário, em 1986, 1987 e 1990, sem sucesso.

A despeito dessas derrotas, todas bastante apertadas, ao longo da década de 1990 Karpov seguiu sendo um dos principais jogadores do mundo. Conseguiu o feito histórico de alcançar o rating performance de 2984, no tradicional torneio de Linares, ficando 2,5 pontos à frente de Kasparov.

Em 1993 Kasparov retirou-se da disputa do título mundial da FIDE e criou uma nova associação, como resultado da qual o título mundial de xadrez permaneceu dividido por 14 anos. Com Kasparov fora da disputa, Karpov recuperou o título da FIDE, que manteve até 1999. Nesse ano foi sua vez de retirar-se da disputa, por discordar do novo formato estabelecido pela FIDE para determinar o campeão. Depois disso, Karpov abandonou aos poucos o xadrez competitivo.

Bobby Fischer: História dos Campeões Mundiais de xadrez




Olimpíada de Xadrez



Bronze

Leipzig 1960




Prata

Havana 1966




Prata

Siegen 1970








Bobby Fischer (esquerda) e seu primeiro treinador, John W. Collins, na década de 1950.
Robert "Bobby" James Fischer (Chicago, 9 de março de 1943 — Reykjavik, 17 de Janeiro de 2008[1]) foi um famoso enxadristabr. (xadrezistapt.) originalmente norte-americano, naturalizado islandês e ex-campeão mundial de xadrez.





Índice
[esconder] 1 Vida e carreira
2 Repertório de aberturas
3 Citações
4 Referências
5 Ver também
6 Ligações externas


[editar] Vida e carreira

Filho de pai alemão, Hans-Gerhardt Fischer, um biofísico e mãe judia-suíça naturalizada norte-americana, Regina Wender, aprendeu a jogar xadrez aos seis anos com sua irmã mais velha, que o entretinha com diversos jogos (dentre eles o xadrez) enquanto a mãe ia trabalhar. Mudou-se cedo para a Califórnia e pouco tempo depois para Nova Iorque, onde pôde desenvolver-se em grandes clubes seculares como o Marshall e o Manhattan.

Aos treze anos jogou a "Partida do Século" num torneio de Mestres em 1956 contra Donald Byrne, irmão de Robert Byrne, o qual também era Grande Mestre e foi vítima de uma das maiores partidas de Fischer no US-ch 1963, o qual Fischer venceu com 100% de aproveitamento, 13 em 13 possíveis e rating performance acima de 3000, feito igualado por Emanuel Lasker, na Alemanha.

Fischer venceu também o campeonato estadunidense oito vezes em oito participações (1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1973, 1975 e 1986), sendo a primeira aos catorze anos em 1957 e a segunda aos quinze, em 1958. Venceu jogadores tão fortes como Samuel Reshevsky (considerado pelo próprio Fischer como um dos dez melhores de todos os tempos - até então TOP 10), com tão pouca idade. De dezembro de 1962 até o fim da sua carreira, em 1992, Fischer venceu todos os torneios que disputou, exceto dois, nos quais terminou em segundo lugar: Capablanca Memorial, 1965, vencido por Boris Spassky e a Piatigorsky Cup, 1966, vencida por Smyslov. Geralmente Fischer vencia os abertos e grandes torneios que participava com 3 ou 3,5 pontos de vantagem em relação ao segundo colocado.

A principal façanha da sua carreira foi a classificação para chegar à final do mundial contra Spassky. Fischer venceu Taimanov (enxadrista top 10) por 6x0 num jogo melhor de 10. Fischer venceu Larsen (que era um dos cinco melhores jogadores do mundo) por 6x0 num jogo melhor de 10 e venceu Petrosian por 7,5x2,5 num jogo melhor de 10. Havia uma hegemonia russa desde quando Alekhine derrotou Capablanca em 1921. Após a recusa de Fischer defender o título em 1975, a hegemonia de russos voltou e durou até o indiano Viswanathan Anand vencer o Mundial FIDE de 2000.

Em 1992, Fischer voltou a disputar um encontro contra Boris Spassky.[1] Mesmo Fischer estando 20 anos afastado, enquanto Spassky permaneceu ativo durante todo este tempo, Fischer venceu com relativa facilidade e introduziu diversas novidades teóricas.

Fischer foi preso no Japão e lutou contra sua extradição para os Estados Unidos por quase um ano. A Islândia ofereceu cidadania a Fischer, tendo ele aceitado. Livre então pela cidadania islandesa, Fischer seguiu viagem para a Islândia chegando no dia 23 de março de 2005.

Em eleição feita pelo principal periódico internacional de xadrez, o Sahovski Informator, Fischer foi considerado pelos grandes mestres como o melhor enxadrista do século XX, à frente de Kasparov.

Único a vencer por 6x0 dois matches no Torneio de Candidatos. Tinha memória extraordinária, capaz de memorizar mais de 20 partidas relâmpago consecutivas. Em consta QI = 187. Outras fontes indicam 184 e 181.

Bobby Fischer morreu em 17 de janeiro de 2008, na Islândia, aos 64 anos.[1]

[editar] Repertório de aberturas
Com as brancas, adepto da Abertura do Peão do Rei, a qual defendia com a seguinte citação: Best by test.
De negras, contra e4, utilizava a Defesa Siciliana, variante Najdorf.
De negras, contra d4, c4 ou Cf3, jogou várias, a principal foi a Defesa Índia do Rei, depois a Grünfeld, dentre outras Defesas Índias.

[editar] Citações
"Não sou um computador como os outros querem pensar. Botvinnik disse uma vez que calculo melhor que os demais, que sou uma máquina, um homem prodígio e também fui uma criança prodígio. Aqui não há prodígio algum. Sou meramente um homem, mas um homem extraordinário. Estudo e aprendo cada dia mais e mais, um dia hão de ser meus o carro mais caro e a casa mais bonita. Na América não há ninguém que possa comparar-se comigo. Fui campeão nacional 7 vezes o que começa a ser fatigante. Aos 14 anos fui campeão nacional, com 16 "grande mestre", com 27 anos sou o melhor do mundo e com 28 serei declarado oficialmente campeão mundial. Meu objetivo é que ninguém no planeta saiba "mexer as peças" melhor do que eu!" Robert James (Bobby) Fischer, 1971.
"No final dos anos 1990 surgiu no ICC (Internet Chess Club) um jogador anônimo que superou muitos dos melhores jogadores do mundo em jogos relâmpago de 3 minutos, e rapidamente se disseminaram os boatos de que este jogador poderia ser Bobby Fischer. Nada ficou comprovado e até hoje não se sabe quem foi este jogador, mas um episódio envolvendo o vice-campeão mundial Nigel Short foi bastante marcante. Short havia sido informado sobre estas "aparições", mas não as levava a sério, até que em certa ocasião foi convidado por um guest para uma partida. Ele aceitou e o guest começou a jogar lances exóticos e passear com o Rei pela frente dos Peões logo nos primeiros lances. Porém, repentinamente, depois de intencionalmente ter degradado muito a própria posição, o guest passou a jogar lances fortíssimos e o venceu. Jogaram várias outras partidas, e em todas elas o guest passeava com o Rei, deteriorava a própria posição, e depois começava a jogar 'para valer' e vencia. Ao relatar o episódio, Short apresenta vários motivos para ter concluído que de fato foi Fischer quem o venceu daquela maneira. Short comentou que há alguns meses ele havia empatado em 12x12 um match relâmpago contra Kasparov, portanto não havia muitas pessoas no mundo que pudessem vencê-lo por 7x0 ou algo assim, sobretudo iniciando o jogo com handcap de roque e vários lances a mais, aliás, provavelmente só uma pessoa poderia ter feito isso: Bobby Fischer."

Boris Spassky:História dos Campeões Mundiais de xadrez










Boris Spassky



Informações pessoais



Nome completo

Boris Vasilievich Spassky



Nascimento

30 de janeiro de 1937 (74 anos)
são Petersburgo, Rússia



Nacionalidade

URSS



Títulos

Grande Mestre






Jogos simultâneos contra Spassky em 1989
Boris Vasilievich Spassky, em russo Бори́с Васильевич Спасский, (Leninegrado, 30 de Janeiro de 1937) é um jogador de xadrez russo naturalizado francês e, antigo campeão mundial.

Aprendeu a jogar xadrez aos cinco anos de idade e, aos 18 ganhou o Campeonato do mundo de xadrez júnior, disputado na cidade belga de Antuérpia, e tornou-se grandmaster (grande mestre, distinção atribuída no mundo do xadrez segundo critérios muito restritos).

Spassky era considerado um jogador equilibrado podendo adaptar o seu estilo de jogo ao adversário, o que lhe conferiu uma boa vantagem para levar de vencida muitos grandmasters de topo. Por exemplo, no match final do torneio dos candidatos (onde o vencedor será o contendor do campeão do mundo em título, disputando-lhe o título) contra Mikhail Tal o táctico lendário (Tbilisi, 1965), Spassky consegui conduzir o jogo evitando a força da táctica de Tal. Esta vitória conduziu-o para o seu primeiro match pelo Campeonato do Mundo contra Tigran Petrosian em 1966. Spassky acabou por perder por 12,5 – 11,5, mas ganhou o direito a desafiar Petrosian novamente três anos depois. Mais uma vez, a flexibilidade do estilo de Spassky foi a chave para a vitória que acabou por celebrar contra Petrosian, por 12,5 – 10,5, no campeonato de 1969 – ao adoptar o estilo de Petrosian.

O reinado de Boris Vasilievich Spassky como Campeão do Mundo durou apenas três anos, uma vez que perder o título para o americano Bobby Fischer em 1972. A disputa foi em Reiquiavique, capital da Islândia, no auge da Guerra Fria e consequentemente foi vista como um símbolo da confrontação política existente. Fischer ganhou e Spassky voltou para a URSS em desgraça, apesar disso Spassky continuou a jogar ganhando vários campeonatos incluindo o Campeonato Soviético em 1973.

Em 1974, no apuramento dos candidatos, Spassky perdeu para a estrela em ascensão Anatoly Karpov em Leningrado, +1 -4. Karpov reconheceu publicamente a superioridade de Spassky, mas após uma série de jogos soberbos, Karpov conquistou os pontos suficientes para conquistar o match.

Nos anos seguintes Spassky mostrou-se relutante a dedicar-se totalmente ao xadrez. Confiando no seu talento natural soberbo para o jogo, e por vezes preferia jogar uma partida de ténis, em vez de trabalhar afincadamente no tabuleiro. Com efeito, o Campeonato Mundial de 1972 e o match dos candidatos contra Karpov em 1974 assinalaram o início duma fase descendente da carreira de Spassky. Spassky casou-se com uma senhora francesa na década de 1970, adquirindo a nacionalidade francesa em 1978.

Em 1992 Fischer, após um afastamento de 20 anos do xadrez, reapareceu para jogar contra Spassky em Belgrado e Montenegro, reeditando o Campeonato Mundial de 1972. Na altura, Boris Spassky ocupava a 106ª posição no ranking da FIDE, enquanto Fischer, devido à sua inactividade durante 20 anos, nem aparecia na lista. Este match foi basicamente o último grande desafio de Boris, infelizmente problemas de saúde não lhe permitiram apresentar uma performance credível exceptuando em algumas partidas – o resultado foi +5 -10 =15.

Tigran Petrosian: História dos Campeões Mundiais de xadrez


Tigran Vartanovich Petrosian, em armênio) Տիգրան Վարդանի Պետրոսյան (Tíflis, Geórgia, 17 de junho de 1929 — Moscovo, 13 de agosto de 1984) foi um jogador de xadrez e Campeão do Mundo da modalidade.

Os seus resultados no torneio trienal, que determina o jogador que se bate com o campeão do mundo pelo título da modalidade, demonstram uma sólida evolução: 5º em Zurique em 1953; 3º lugar partilhado em Amsterdão em 1956; 3º na Jugoslávia em 1959; 1º em Curaçao em 1962. Em 1963 derrotou Mikhail Botvinnik com o resultado 12,5 – 9,5 tornando-se campeão do mundo de xadrez.

Petrosian defendeu o seu título em 1966, derrotando Boris Spassky por 12,5 – 11,5. Contudo, em 1969, o mesmo Spassky derrotou-o por 12,5 – 10,5. Em 1968, a universidade de Yerevan concedeu-lhe um mestrado, tendo Tigran apresentado a tese "Lógica no Xadrez".

Tigran Vartanovich Petrosian foi o único jogador a ganhar um jogo a Bobby Fischer durante os últimos jogos do torneio de candidatos de 1971, acabando com a sequência impressionante de Fischer de dezenove vitórias consecutivas (6 ainda nos jogos do agrupamento Interzonal, 6 frente a Mark Taimanov, 6 frente a Larsen e ainda o primeiro jogo do seu match).

O seu nome baptiza duas importantes aberturas: a variação de Petrosian da Defesa Indiana de Rei (1. d4 Nf6 2. c4 g6 3. Nc3 Bg7 4. e4 d6 5. Nf3 O-O 6. Be2 e5 7. d5) e também a na Indiana da Dama (1. d4 Nf6 2. c4 e6 3. Nf3 b6 4. a3).

Mikhail Tal:História dos Campeões Mundiais de xadrez


Mikhail Nekhemievich Tal, em russo Михаил Нехемиевич Тал e em letão Mihails Tāls, (Riga, 9 de novembro de 1936 — Moscou, 28 de junho de 1992) foi um enxadrista soviético conhecido pelo seu estilo agressivo de jogo, tendo sido o oitavo Campeão Mundial de Xadrez, de 1960 a 1961.





Conhecido como "O Mago de Riga", Tal é considerado um dos mais brilhantes jogadores de ataque da história do xadrez, fazendo uso de um jogo extremamente criativo e cheio de recursos. O seu primeiro e mais influente treinador foi Alexander Koblenz e sua forma de jogar foi comparada com a do ex-campeão mundial Emanuel Lasker, uma abordagem pragmática e psicológica que buscava o resultado concreto mais do que a perfeição técnica.

Tal não hesitava em sacrificar material para conquistar a iniciativa (que em xadrez se define como a capacidade de fazer ameaças a que o oponente deve responder), por vezes fazendo lances que, embora incorretos, eram extremamente difíceis de refutar durante a partida. Com isso, obtinha um alto índice de vitórias espetaculares, ainda que críticos apontassem posteriormente imperfeições em seus ataques.[1]

O estilo de jogo de Mikhail Tal foi criticado pelo também ex-campeão mundial Vasily Smyslov, que o reduziu a um conjunto de "truques". Contudo, ele bateu convincentemente todos os GMs de sua época recorrendo a sua habitual agressividade (Viktor Korchnoi, vice-campeão mundial de 1974 a 1981, é um dos poucos com um resultado pessoal positivo contra Tal). Os sacrifícios intuitivos a que Tal recorria criavam grandes complicações, parecendo impossíveis de resolver a muitos mestres. Embora análises pós-jogo mais profundas encontrassem falhas nos seus raciocínios, o fato é que durante a partida dificilmente os adversários eram capazes de encontrar solução para as ameaças de Tal. Com isso, ele cativou uma legião de admiradores pelo seu estilo combativo. E mesmo entre os mestres havia muitos fãs de seu jogo, como o russo Salo Flohr, um dos mais fortes enxadristas dos anos 1930.[2]

Acima de tudo Tal amava o jogo em si mesmo e considerava que o "Xadrez, antes de mais nada, é arte." Era capaz de jogar numerosos jogos relâmpago[3] contra desconhecidos ou jogadores relativamente fracos apenas pelo prazer de jogar.

[editar] Carreira





Mikhail Tal, 1961
A ascensão de Tal ao título mundial foi muito rápida. Venceu o campeonato soviético de 1957 e 1958, classificando-se para a seletiva de aspirantes ao título mundial, denominado torneio interzonal por reunir jogadores de várias partes do mundo. Classificou-se a seguir para o Torneio de Candidatos de Bled, na Iugoslávia, que ocorreu em 1959. Jogando de forma magnífica contra sete dos mais fortes mestres da época, venceu a competição com o impressionante escore de 16 vitórias, oito empates e quatro derrotas, abrindo 1½ ponto de vantagem sobre o segundo colocado.[4] Assim, Tal classificou-se para enfrentar o campeão mundial, o também soviético Mikhail Botvinnik, no ano seguinte.[5] Nesse período, Tal também se destacou por vencer repetidamente o jovem americano Bobby Fischer, então já entre os principais jogadores do mundo.

Em 1960, com 24 anos de idade, Tal derrotou o grande estrategista Botvinnik em um match[6] pelo Campeonato Mundial, disputado em Moscou. Com seis vitórias, 13 empates e apenas duas derrotas, Mikhail Tal tornava-se o mais jovem campeão do mundo até então (um recorde posteriormente batido por Garry Kasparov, que obteve o título aos 22 anos em 1985). Entre várias partidas interessantes e muito disputadas, merece destaque a magistral vitória de Tal no sexto encontro, quando tomou a iniciativa com as peças pretas e sacrificou brilhantemente um cavalo para penetrar na posição de Botvinnik.

O reinado de Tal, porém, durou menos de um ano. Em 1961, Botvinnik ganhou o match de revanche contra Tal, após um demorado estudo do estilo do adversário.[7]O resultado foi surpreendente para a maior parte dos especialistas já que Botvinnik mostrava sinais de declínio e tinha mais de 50 anos de idade, ao passo que o jovem campeão mundial mostrava um jogo exuberante em todas competições que participava.[8] Mas no match Tal jogou em um nível muito inferior às atuações anteriores, ao passo que Botvinnik preparou-se para aproveitar com frieza os riscos excessivos de seu adversário. Sabe-se, contudo, que Tal jogou o match apenas algumas semanas depois de sair do hospital, onde esteve internado devido a problemas renais crônicos.[9] Os médicos letões inclusive atestaram que Tal não tinha condições para jogar e foi solicitado um adiamento de dois meses. Contudo, Botvinnik não aceitou, exigindo que Tal passasse por uma perícia médica em Moscou. Excessivamente otimista e sem querer se submeter a novos exames, o Mago de RIga desistiu do adiamento acreditando que venceria o match – o que provou ser um grande erro.[10]

No ciclo seguinte (o campeonato mundial de xadrez era disputado a cada três anos), Tal era considerado o favorito para voltar a enfrentar Botvinnik. Essa era a opinião não apenas dos especialistas, mas do próprio Botvinnik. Porém, Tal submeteu-se à cirurgia para retirada de um rim dois meses antes do Torneio de Candidatos de Curaçao, disputado entre junho e julho de 1962.[11]. Ainda convalescendo, jogou longe da qualidade técnica mostrada nos anos anteriores. Constatando essa situação, os médicos recomendaram que Tal abandonasse a competição e fosse novamente hospitalizado. Ele pretendia continuar jogando, mas a delegação soviética achou melhor afastá-lo do torneio.[12] Sua saúde jamais se restabeleceu por completo, afetando permanentemente sua carreira.

Esses acontecimentos fizeram com que Tal passasse a jogar de forma mais pragmática. Até Curaçao, ele buscava a vitória em todas as partidas, assumindo muitos riscos e evitando empates rápidos. Era o único soviético a não participar dos "acordos de cavalheiros", quando os representantes da URSS empatavam entre si para descansar e ter mais energia contra os demais adversários.[13] No próprio torneio de Curaçao os GMs Keres, Petrosian e Geller, todos soviéticos, empataram as partidas entre si, mas contra Tal não tinham essa facilidade.[14] Depois do agravamento de sua saúde, porém, Tal passa a economizar forças. Exemplo disso é o Interzonal de Amsterdam, em 1964, onde ele dividiu o primeiro posto com Larsen, Smyslov e Spassky. O letão empatou todas as partidas contra os adversários mais fortes e bateu aqueles considerados mais fracos. Ainda assim obteve impressionantes +11 =12 e, invicto, classificou-se para mais um torneio de candidatos.[15].

Nos anos seguintes, Tal alternou atuações brilhantes com desempenhos apenas medianos, passando por sucessivas internações devido a sua condição frágil. Além dos problemas renais, ele fumava e bebia em demasia, tendo também usado morfina de forma continuada para contornar dores.[16] Ainda assim, em dois períodos ele voltou a atuar no nível dos campeões mundiais: em 1973 e entre 1979/1980, quando permaneceu invicto durante um período recorde no xadrez contemporâneo e venceu diversas competições.[17]

Um dos grandes resultados dessa fase foi o primeiro lugar obtido no Torneio das Estrelas, em Montreal, 1979, empatado com o então campeão mundial Anatoly Karpov. Na competição, Tal sobrepujou vários dos melhores mestres da época em partidas de alta qualidade. Outro grande momento foi sua vitória contra o islandês Johann Hjartárson, obtida por meio do sacrifício de uma torre e eleita a melhor partida do ano de 1987.[18] E, apesar dos problemas de saúde e dos altos e baixos na carreira, Tal manteve-se no seleto grupo dos 10 ou 15 melhores jogadores do ranking mundial até pouco antes de sua morte, em 1992. Dias antes de falecer, deixou o hospital para participar do mundial de partidas relâmpago, jogado em Moscow. Com as mãos trêmulas e aspecto visivelmente debilitado, Tal ainda foi capaz de derrotar Kasparov, o então campeão mundial.[19]

[editar] Legado

O estilo e as partidas brilhantes de Tal foram tão marcantes que até hoje qualquer ataque espetacular com sacrifício é sempre referido como "no estilo de Tal". Sempre que um novo mestre de ataque surge, é também comparado com o letão e chamado de "novo Tal".

Dos atuais jogadores de destaque, o letão naturalizado espanhol Alexei Shirov é provavelmente o mais influenciado, ou inspirado, pelo estilo pleno de sacrifícios de Mikhail Tal. Shirov estudou com Tal na sua juventude e esteve entre os melhores do mundo entre a segunda metade dos anos 1990 e o início dos anos 2010. Outros grandes mestres letões têm jogado de forma similar, como por exemplo Alexander Shabalov (que se naturalizou americano e Alvis Vitolins, fazendo alguns falarem de uma "escola letoniana de xadrez". Mais recentemente, o talentoso russo Alexander Morozevich notabilizou-se por um estilo agressivo e pela busca de posições complexas e incomuns, em uma abordagem constantemente comparada com a de Tal. Morozevich vem se mantendo entre os melhores jogadores do mundo desde o início do século XXI.

Além da carreira como enxadrista, o legado de Tal envolve livros de xadrez aclamados como alguns dos melhroes já escritos. Tal possuía um fino senso de humor e fez uso disso em suas detalhadas análises sobre o match pelo campeonato mundial de 1960 e em uma coletânea de suas melhores partidas – ambas ainda sem versão em português.

Smyslov:História dos Campeões Mundiais de xadrez


Smyslov foi cantor (tinha uma boa voz de barítono), só se decidindo por uma carreira no xadrez ao não conseguir ser aceito no Teatro Bolshoi, após uma audição, em 1950. Posteriormente, chegou a dar recitais durante torneios de xadrez, frequentemente acompanhado pelo também GM e pianista Mark Taimanov.

Ele participou em 1948 do torneio (Campeonato do Mundo de Xadrez) organizado para determinar quem ganharia o título de campeão, sucedendo ao falecido Alexander Alekhine, acabando em segundo lugar atrás de Mikhail Botvinnik. Após triunfar no torneio dos candidatos em 1953 em Zurique, ganhou o direito a jogar um match com Botvinnik no ano seguinte. Este match acabou empatado, o que implicava a conservação do título por Botvinnik. Voltaram a jogar em 1957 (Smyslov ganhara novamente o torneio de candidatos, realizado em 1956 em Amsterdam) triunfando Smyslov e tornando-se campeão mundial pelo resultado de 12,5 – 9,5. No ano seguinte Botvinnik exerceu o seu direito à desforra recuperando o título com o resultado de 12,5 – 10,5.

Smyslov não voltou a qualificar-se para outra final do Campeonato do Mundo, mas continuou a jogar nas provas de qualificação. Em 1983 foi até à final dos candidatos (o match que determina com o campeão, na altura Anatoly Karpov), perdendo por 8,5 – 4,5 com o futuro campeão Garry Kasparov. Nas eliminatórias anteriores tinha defrontado Zoltan Ribi (na meia-final, com o resultado de 6,5 – 4,5) e Robert Hübner (nos quartos de final, com o resultado de 7 – 7, tendo sido a roleta a decidir o jogador a avançar).

Em 1991 ganhou o primeiro Campeonato Mundial de Xadrez Sénior, e tem posto em ação sobre o tabuleiro os seus dotes em jogos não competitivos, desde um torneio realizado em 2001 em Amsterdam, o Klompendans Veterans versus Ladies. O seu rating ELO após o evento cifrava-se em 2494.

Smyslov é conhecido pelo seu estilo posicional e, em particular, pela qualidade com que dirige os seus finais.

Mikhail Botvinnik:História dos campeões Mundiais de xadrez


Mikhail Moiseyevich Botvinnik (Kuokkala, 17 de agosto de 1911 — Moscou, 5 de maio de 1995) foi um enxadrista soviético e Campeão do Mundo de Xadrez.

[editar] Carreira

Mikhail Botvinnik (em russo Михаи́л Моисе́евич Ботви́нник), nasceu no Grão-ducado da Finlândia, então parte do Império Russo na localidade de Kuokkala, hoje chamada Repino, no Óblast de Leningrado. Apareceram notícias suas no mundo do xadrez quando tinha apenas catorze anos e derrotou o campeão mundial, José Raúl Capablanca.

Progredindo de forma rápida, aos vinte anos de idade já Botvinnik era um mestre soviético de mérito firmado, tendo vencido pela primeira vez o Campeonato Soviético em 1931. Este feito repetiu-se nos anos de 1933, 1939, 1941, 1945 e 1952.

Aos 24 anos, Mikhail Botvinnik competia de igual para igual com a elite mundial, acumulando sucessos em torneios internacionais em alguns dos torneios mais fortes da época. Podemos referir as vitórias em Moscovo em 1935 (empatado com Salo Flohr e deixando para trás Emanuel Lasker e Capablanca) e em Nottingham em 1936, para além do prestigioso terceiro lugar (atrás de Reuben Fine e Paul Keres) no torneio AVRO em 1938.





Gambito Botvinnik
Sem surpresa, Botvinnik continuou a sua senda de sucesso e deteve o título de Campeão do Mundo em três períodos distintos (1948-57, 1958-60 e 1961-63). A sua longa permanência na elite mundial do xadrez é atribuída à sua impressionante dedicação ao estudo. A preparação dos jogos e a sua análise posterior não eram armas que os seus antecessores esgrimissem, sendo contudo este estudo que conferia a Botvinnik muita da sua força. A técnica em vez da tática, perícia no final em vez das armadilhas nas aberturas.

Adoptou e desenvolveu linhas sólidas de aberturas na Nimzo-Indiana, Defesa Eslava e Defesa Francesa, que se aguentaram perante vários testes, sendo-lhe possível concentrar-se num pequeno repertório de aberturas durante os seus match’s mais importantes, permitindo-lhe frequentemente encaminhar o jogo para temas bem preparados. Por várias vezes defrontou, em encontros de treino "secretos", mestres do calibre de Flohr, Yuri Averbakh e Viacheslav Ragozin. Foi o desvendar, muitos anos depois, dos detalhes destes encontros, que proporcionou aos historiadores do xadrez uma abordagem inteiramente nova ao reinado de Botvinnik.

É talvez surpreendente que Mikhail Moiseyevich Botvinnik não seja solidamente apontado como um concorrente ao título de melhor jogador de todos os tempos.





Mikhail Botvinnik (1961)
Por um lado, os seus feitos foram indubitavelmente impressionantes e deve ser recordado que muitos dos seus rivais, os mais jovens Paul Keres, David Bronstein, Vasily Smyslov, Mikhail Tal e Tigran Petrosian eram, por mérito próprio, jogadores formidáveis. Ele ainda iniciou uma nova forma de encarar o xadrez, com a sua forma de treino e profunda preparação das aberturas.

Por outro lado, os críticos apontam o fato de raramente aparecer em torneios após a Segunda Guerra Mundial e o seu registo fraco em match’s do campeonato do mundo – duas derrotas, das quais conseguiu recuperar o título na desforra, tendo lutado para conseguir empatar os outros dois match’s. Muitos consideram ainda que o jogo de Botvinnik era baseado na precisão dos movimentos, em vez de o ser nas jogadas intuitivas ou espetaculares – embora o jogador, de classe mundial, Reuben Fine tenha escrito que a coleção dos melhores jogos de Botvinnik era uma das "três mais belas".

Três fatores contrinbuíram para o seu registo algo inconsistente. A Segunda Guerra Mundial rebentou exatamente quando Botvinnik entrou no seu melhor período – ele poderia ter sido campeão mundial 5 anos mais cedo, se a guerra não tivesse interrompido as competições internacionais de xadrez. Ele foi o único enxadrista de classe mundial que tinha em simultâneo com a sua atividade no xadrez, uma distinta e longa carreira noutro área – o governo soviético condecorou-o pelos seus feitos em engenharia, e Fine contava uma história que mostrava que Botvinnik estava igualmente comprometido com a engenharia e o xadrez. Finalmente, os campeões do mundo anteriores estavam livres para evitar os seus concorrentes mais fortes, da mesma forma que se passa com os pesos pesados do boxe atualmente – Botvinnik foi o primeiro campeão a ter de enfrentar os seus concorrentes mais fortes de três em três anos, e ainda assim conservou o título mais tempo que qualquer um dos seus sucessores excetuando Garry Kasparov.

Dos anos 1960 em diante, Mikhail Botvinnik preferiu, em vez da competição, dedicar-se ao desenvolvimento de programas de xadrez para computador e assistir e treinar jogadores mais novos – os três famosos K’s soviéticos Anatoly Karpov, Garry Kasparov e Vladimir Kramnik foram três dos seus muitos estudantes.

A autobiografia de Botvinnik, K Dostizheniyu Tseli, foi publicada em russo em 1978, e a tradução em inglês em 1981 como Achieving the Aim (ISBN 0-08-024120-4).

Max Euwe : História dos Campeões Mundiais de xadrez


Machgielis (Max) Euwe (Amsterdã, 20 de maio de 1901 — Amsterdã, 26 de novembro de 1981) foi um enxadrista neerlandês e o quinto jogador a ganhar o título de Campeão do Mundo de Xadrez.

O Dr. Max Euwe estudou matemática na Universidade de Amesterdão, tendo depois lecionado matemática, primeiramente em Roterdão e posteriormente num liceu para raparigas em Amesterdão. Aplicou os seus conhecimentos em matemática ao estudo de jogos de xadrez infinitos.

Em 1921 sagrou-se campeão neerlandês de xadrez, conservando o título até 1935. Tornou-se campeão amador de xadrez corria o ano de 1928. A 15 de Dezembro de 1935, depois de 30 jogos disputados em 13 cidades diferentes num período de 80 dias, derrotou o campeão do mundo em título Alexander Alekhine, conquista que muito impulsionou o desenvolvimento do xadrez nos Países Baixos.

Em 1937, Euwe perdeu o título para Alekhine. Após a morte de Alekhine, em 1946, considerava-se que Euwe teria o direito moral à posição de campeão mundial, mas ele assentiu em participar num torneio com cinco competidores pelo título de novo campeão do mundo, torneio esse que se disputou em 1948, tendo Max Euwe acabado em quinto.

Apesar de ser mais velho quarenta anos que Bobby Fischer, Euwe ainda teve a energia e a resistência suficientes para manter o equilíbrio nos resultados entre ambos (+1 -1 =1).

Entre 1970 e 1980, foi presidente da FIDE, tendo desempenhado um papel importante na organização do famoso match entre Boris Spassky e Bobby Fischer.

Euwe escreveu muitos livros sobre xadrez, dos quais os mais conhecidos são Oordeel en Plan e uma série sobre aberturas.

Em Amesterdão existe a Max Euwe Plein (praça Max Euwe, próximo da Leidseplein).

Alexander Alekhine: História dos Campeões Mundiais de xadrez


Alexander Alexandrovich Alekhine (em russo: Александр Александрович Але́хин) (31 de Outubro ou 1 de Novembro de 1892, Moscovo, Rússia - 24 de Março de 1946, Estoril, Portugal) foi um jogador de xadrez franco-russo de grande nível, conhecido pelo seu estilo marcadamente atacante e campeão mundial de xadrez durante 17 anos.

Alekhine nasceu no seio de uma família abastada, o pai era proprietário de terras e membro da Duma, enquanto que a mãe era filha de um rico industrial. Foi a mãe que ensinou a Alexander e ao seu irmão a jogar xadrez, em 1903.

O primeiro feito de Alekhine no mundo de xadrez foi em 1909, aos dezessete anos, quando venceu o torneio russo de xadrez para amadores, disputado em São Petersburgo, com um resultado de doze vitórias, dois empates e duas derrotas. Este torneio foi disputado em simultâneo com o de profissionais, ganho por Emanuel Lasker e Akiba Rubinstein. A vitória valeu a Alekhine o título de mestre nacional. Mais tarde neste ano, nos Estados Unidos, o cubano José Raúl Capablanca, na altura com 23 anos de idade, chocou os jogadores americanos ao esmagar Frank Marshall. As vidas de Capablanca e Alekhine iriam cruzar-se em breve.

Em 1914, após ser disputado um torneio em São Petersburgo, Alekhine e Capablanca pertenciam ao grupo dos cinco primeiros jogadores a ganhar o título de grandmaster. Alekhine era bastante cosmopolita, viveu em vários países e falava russo, alemão, francês e inglês.

Depois da Revolução Russa, em 1919, foi dado como suspeito de espionagem e preso em Odessa. Ao ser libertado mudou-se para França em 1921, onde, quatro anos depois, adquiriu a cidadania e entrou na faculdade de Direito da Sorbonne. Apesar da sua tese sobre o sistema prisional chinês não ter sido terminada, ficou conhecido como Dr. Alekhine para o resto da sua vida.

Em 1927 arrebatou a Capablanca o título de campeão do mundo de xadrez. Apesar de acordado nas condições impostas para que o match decorresse que haveria direito a desforra, Alekhine recusou-se a jogar a desforra, em vez disso jogou dois matches contra Efim Bogolyubov, que não era da mesma craveira (Capablanca tinha um registo de 5-0 contra ele). Alekhine recusou-se mesmo a jogar os mesmo torneios que o seu rival (Capablanca).

No ano de 1935 perdeu o título para Max Euwe, uma derrota que foi atribuída ao consumo abusivo de álcool por parte de Alekhine. Em 1936, visto já não ser campeão do mundo, Capablanca ganhou o torneio de Nottingham, vencendo Alekhine no jogo que disputaram e o torneio (empatado com Mikhail Botvinnik). Após abandonar o vício conseguiu brilhantemente reconquistar o título e mostrar mais uma vez que era o melhor do mundo frente a Euwe em 1937, com uma vantagem confortável.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Alekhine jogou em diversos torneios na Alemanha e em territórios ocupados por esta nação. Em 1941 apareceram artigos anti-semitas intitulados Aryan and Jewish Chess, sob o seu nome no Pariser Zeitung. Apesar de investigações intensas, não se conseguiu comprovar se os artigos foram mesmo escritos por Alekhine. Após a guerra foi considerado persona non grata pelos organizadores de torneios.

Alekhine veio a falecer num hotel do Estoril em Portugal, enquanto se preparava para um match para defender o seu título de campeão do mundo contra Botvinnik. Pensa-se que a sua morte, um assunto muito controverso e ainda debatido, se deva ou a um ataque cardíaco, ou a ter sufocado enquanto se alimentava. A este propósito alguns investigadores mais recentes apontam a hipótese de Alekhine ter sido espião (possivelmente alemão) durante a 2ª Guerra e ter sido vítima de homicídio (notar que Lisboa era então uma importante praça giratória da espionagem mundial). A FIDE financiou o funeral, e os seus restos mortais foram transferidos para o Cimetière du Montparnasse, em Paris, em 1956.

Alekhine foi o único campeão mundial a reter o título até a sua morte, em uma época em que esse título era tratado como uma propriedade privada do campeão, que podia escolher com quem ele seria disputado.

Alekhine estudava bastante, aparecendo o seu nome associado a várias aberturas. A Defesa Alekhine (1. e4 Cf6 na notação algébrica) é o exemplo mais sonante; também existe o ataque de Alekhine-Chatard (1. e4 e6 2. d4 d5 3. Nc3 Nf6 4. Bg5 Be7 5. e5 Nfd7 6. h4), um sacrifício na Defesa Francesa.

Também há uma partida que Alekhine jogou contra Aaron Nimzowitsch, que deu origem ao "Canhão de Alekhine".

Raúl Capablanca:História dos Campeões Mundiais de xadrez


José Raúl Capablanca





Informações pessoais



Nome completo

Jose Raúl Capablanca y Graupera



Nascimento

19 de Novembro de 1888
Havana, Cuba



Nacionalidade

Cuba



Falecimento

8 de Março de 1942 (53 anos)
Nova Iorque, Estados Unidos



Títulos

Grande Mestre (1914)



Conquistas



San Sebastian 1911 (1º)



Londres 1922 (1º)



Nova Iorque 1924 (2º)



Nova Iorque 1927 (1º)



Berlim 1928 (1º)


Jose Raúl Capablanca y Graupera (Havana, 19 de novembro de 1888 — Nova Iorque, 8 de março de 1942) foi um enxadrista cubano detentor do título de campeão do mundo da modalidade entre 1921 e 1927


Capablanca é referido por vários historiadores da modalidade como o Mozart do xadrez, uma vez que o seu brilhantismo desde cedo se evidenciou.

Aos quatro anos teria aprendido as regras do xadrez simplesmente observando o seu pai a jogar. Conta-se que Capablanca teria visto o seu pai fazer uma jogada ilegal com o cavalo, acusando-o de fazer batota e seguidamente explicando-lhe o que teria feito.

Com doze anos de idade Capablanca derrotou o campeão de Cuba, Juan Corzo, obtendo o resultado de 4 vitórias, 2 derrotas e 6 empates.

[editar] Ascensão

Em 1909, aos vinte anos, Capablanca venceu o campeão dos Estados Unidos, Frank Marshall, uma vitória avassaladora com o resultado de oito vitórias, uma derrota e catorze empates. Note-se que Marshall era um jogador com qualidade suficiente para ter disputado um match pelo título de campeão do mundo apenas dois anos antes.





Capablanca jogando uma partida de xadrez com seu pai aos quatro anos de idade, em 1892.
Em 1911, persuadido por Marshall, Capablanca jogou o torneio de São Sebastião, Espanha, um dos mais importantes torneios do mundo na altura, veja-se que dentre os jogadores de topo da época apenas o campeão do mundo, Emanuel Lasker, não estava presente. Ossip Bernstein e Aaron Nimzowitsch discordaram da presença de Capablanca por este ainda não ter vencido um torneio de relevo, a resposta de Capablanca foi vencer a primeira ronda contra Bernstein, tendo este jogo conquistado o prémio de brilhantismo. Após isto, Bernstein ganhou um novo respeito por Capablanca e afirmou que não seria surpresa para ele se Capablanca viesse a ganhar o torneio. O jovem cubano levou facilmente de vencida Nimzowitsch em alguns jogos blitz que disputaram. Os mestres reconheceram que não havia quem levasse a melhor a Capablanca nas variantes rápidas do jogo. Capablanca venceu ainda Nimzowitsch naquele que foi considerado o jogo do torneio.

Capablanca surpreendeu o mundo do xadrez ao vencer o torneio com seis vitórias, uma derrota e sete empates, superando Akiba Rubinstein, Carl Schlechter e Siegbert Tarrasch.

Em 1911 Capablanca desafiou Lasker para disputarem o campeonato do mundo, este assentiu mas impôs dezessete condições para o match. Como Capablanca não acordou com estas condições o match acabou por não se disputar.

Em Setembro de 1913, Capablanca conseguiu lugar no Gabinete dos Negócios Estrangeiros cubano, onde não tinha qualquer tarefa senão jogar xadrez. Esta posição permitiu-lhe defrontar em vários jogos de exibição os melhores jogadores europeus, onde provou a sua superioridade.

Em 1914, num torneio em São Petersburgo, Capablanca encontrou Lasker no tabuleiro pela primeira vez, e, apesar de ter estado com uma vantagem de 1,5 pontos acabou por perder para Lasker, com 13 pontos contra os 13,5 deste, embora com larga vantagem para o terceiro classificado Alexander Alekhine.

[editar] Campeão do Mundo

Em 1920, Lasker verificou que Capablanca estava demasiado forte para ele, e desistiu do seu título em favor deste dizendo que "Você ganhou este título não através dum desafio formal, mas através das suas brilhantes capacidades." Apesar disso, Capablanca queria vencer num match, mas Lasker insistiu que ele próprio é que era o desafiante, que se disputou em Havana em 1921, o resultado cifrou-se em +4 -0 =10. O feito de ganhar o título de campeão do mundo sem derrotas só tem paralelo na vitória de Vladimir Kramnik sobre Garry Kasparov +2 -0 =14 em 2000.

Já como campeão do mundo, Capablanca dominou absolutamente em 1922 em Londres. Nesta altura apareciam cada vez mais jogadores de qualidade e pensou-se que o campeão do mundo não deveria poder evitar desafios ao seu título, como se verificou até então. Neste torneio os grandes jogadores da época Alekhine, Bogolyubov, Maroczy, Réti, Akiba Rubinstein, Tartakower e Vidmar encontraram-se para discutir as regras pelas quais se conduziriam os futuros campeonatos. Entre outras condições, uma imposta por Capablanca foi que o desafiante deveria angariar um mínimo de dez mil dólares para o prize money. Nos anos que se seguiram Rubinstein e Nimzowitsch desafiaram Capablanca mas não conseguiram reunir o dinheiro suficiente. Posteriormente Alekhine desafiou Capablanca, residindo o seu suporte financeiro num grupo de empresários argentinos e no próprio presidente do país.

No período em que foi campeão do mundo, Capablanca teve grandes mudanças na sua vida pessoal, em Dezembro de 1921 casou com Gloria Simoni Beautucourt, deste casamento nasceram José Raul em 1923 e Gloria em 1925, o casal acabou contudo por se divorciar. Neste período os pais de Capablanca faleceram.

Em 1924 Capablanca foi o segundo classificado atrás de Lasker em Nova Iorque, novamente com larga vantagem para o terceiro classificado Alekhine, em Moscovo em 1925 ficou-se somente pelo terceiro lugar atrás de Efim Bogolyubov e Lasker, mas dominou completamente o torneio de seis jogadores disputado em Nova Iorque em 1927, ao não perder qualquer jogo e terminando com 2,5 pontos de vantagem para Alekhine. Nestas condições Capablanca era o claro favorito à vitória no match contra Alekhine a disputar nesse ano.

[editar] Perda do título





Partida entre Capablanca e Alekhine.
Neste match verificou-se a queda de Capablanca. Apesar de ter tentado fazer Alekhine anular o match quando este rotundou numa série de empates, Alekhine recusou-se e acabou por levar o título com +6 -3 =25, contudo, apesar de acordado nas condições impostas para que o match decorresse que haveria direito a desforra, Alekhine recusou-se a jogar a desforra, em vez disso jogou dois matches contra Efim Bogolyubov, que não era da mesma craveira (Capablanca tinha um registo de 5-0 contra ele). Alekhine recusou-se mesmo a jogar os mesmo torneios que o seu rival.

[editar] Após o campeonato

Após ter perdido o título, Capablanca venceu vários torneios fortes, e em 1931 derrotou Max Euwe +2 -0 =8. Em seguida retirou-se do xadrez de alto nível, jogando apenas em jogos de menor responsabilidade no Manhattan Chess Club e simultâneas. Reuben Fine refere que neste período estava a um nível próximo do de Alekhine no blitz, mas Capablanca vencia-o "sem misericórdia" nas poucas vezes que jogaram.

Em 1934, Capablanca voltou a jogar ao mais alto nível. Tinha encontrado uma nova companheira, Olga Chagodayev, com quem casou em 1938, que o levou a jogar novamente. Em 1935, Alekhine perdeu o título para Euwe. Capablanca ficou com esperanças renovadas quanto à possibilidade de recuperar o título, tendo vencido o torneio de Moscovo em 1936, à frente de Botvinnik e Lasker. Venceu empatado com Botvinnik o super-torneio de Nottingham também em 1936, à frente de Euwe, Lasker, Alekhine e os jogadores jovens mais promissores, neste torneio Capablanca e Alekhine defrontaram-se pela primeira vez desde o fatídico match e Capablanca conseguiu vingar-se. A sua "raiva mútua" era ainda forte, por isso nunca eram vistos sentados os dois junto ao tabuleiro por mais de alguns segundos, cada um fazia a sua jogada levantando-se em seguida.

Em 1937, Euwe, ao contrário do que Alekhine fez com Capablanca, correspondeu à obrigação de permitir a Alekhine o match de desforra, que este ganhou sem dificuldade. Depois disto, já não havia esperança para Capablanca recuperar o título, e Alekhine não jogou mais nenhum match pelo campeonato do mundo até à sua morte. O controlo absoluto que o campeão fazia do título fez com que a FIDE adquirisse o controlo da atribuição do título, para garantir que o melhor concorrente tivesse a possibilidade de defrontar o campeão.

Durante o torneio AVRO de 1938 ele sofreu um pequeno ataque cardíaco e também o pior resultado da sua carreira, sétimo de oito. Ainda assim, conseguia obter grandes resultados no tabuleiro, na Olimpíada de xadrez de 1939, em Buenos Aires, conseguiu o melhor resultado para Cuba, vencendo Alekhine e Paul Keres.

Na tarde de 7 de março de 1942, no Clube de Xadrez de Manhattan, Capablanca subitamente sofreu uma severa dor de cabeça e começou a perder a consciência. Foi levado às pressas ao hospital e na manhã seguinte, nos braços de sua mulher Olga, morreu de hemorragia cerebral… Havana enterrou seu herói nacional com honras de Estado.
Meus Grandes Predecessores Vol. 1, Garry Kasparov
Foi neste hospital que Emanuel Lasker tinha falecido um ano antes. O seu arqui-rival Alekhine escreveu "Com a sua morte, perdemos um enorme génio no xadrez, como nunca veremos igual".

[editar] Jogo





Planilha de notação de uma partida entre Capablanca e Réti, em Nova Iorque, 1924.
Capablanca ainda é considerado como um dos melhores jogadores de todos os tempos. Ele é especialmente conhecido pela sua rapidez de julgamento, isenção de erros, grande qualidade nos finais e estilo posicional. É ainda conhecido pelo seu enorme talento natural e pelo pouco tempo despendido se preparando para os torneios.

Em toda a sua carreira, Capablanca sofreu menos de cinquenta derrotas em jogos oficiais, conseguindo ainda o feito de estar invicto durante oito anos consecutivos, de 1916 a 1923 inclusive, uma série de 63 jogos sem perder incluindo a vitória no campeonato do mundo. De facto, apenas Marshall, Lasker, Alekhine e Rudolf Spielmann ganharam dois ou mais jogos "a sério" do já amadurecido Capablanca, embora levem desvantagem no total dos confrontos, Capablanca vs Marshall +20 -2 =28, vs Lasker +6 -2 = 16, vs Alekhine +9 -7 =33, excepto Spielmann que tem o resultado empatado +2 -2 =?. Dos jogadores de topo, apenas Keres tinha vantagem nos confrontos com Capablanca +1 -0 =5, note-se que esta vitória foi conseguida quando Capablanca já tinha cinquenta anos de idade.

Richard Réti afirmou que "O xadrez era a língua mãe de Capablanca". E, de acordo com o sistema de classificação de Jeff Sonas, do sítio chessmetrics, Réti não se engana muito, visto que Capablanca lidera as listas emperíodos de 1 ano, 3 anos, 5 anos e 9 anos [1].

Capablanca não fundou uma nova escola per se, mas o seu estilo influenciou muito o jogo de dois campeões do mundo Bobby Fischer e Anatoly Karpov. Mikhail Botvinnik também escreveu que tinha aprendido muito com Capablanca, e até apontou que o próprio Alekhine aprendeu muito com este em termos de jogo posicional, antes do match que os iria tornar rivais para sempre.

Botvinnik apontava o livro de Capablanca Chess Fundamentals como indubitavelmente o melhor livro de xadrez alguma vez escrito. Nele, Capablanca referia que apesar de o bispo ser habitualmente mais forte que o cavalo, a combinação dama e cavalo era normalmente superior à combinação dama e bispo. Botvinnik atribui a Capablanca os créditos por ter sido ele o primeiro a ter esta noção.

[editar] Morte do xadrez devido aos empates





O Arcebispo e o Chanceler, peças criadas por Capablanca, segundo a concepção do wikipedista Matt Hucke, montadas a partir de peças comuns de xadrez com o uso de estilete e cola.
Capablanca previu que num futuro próximo o xadrez iria deixar de ser praticado em virtude dos frequentes empates, no sentido em que os mestres podiam, se quisessem e em razão dos seus profundos conhecimentos da teoria enxadrística, empatar todos os jogos. Isto ainda não se verifica, apesar de se ter chegado muito próximo deste ponto. Por exemplo, no primeiro match para o campeonato do mundo entre Karpov e Kasparov, o segundo, encontrando-se à beira da derrota, conseguiu seguir uma linha de jogo menos agressiva levando a uma série de empates tão longa que o match acabou por ser anulado, exactamente o tipo de situação que Capablanca reprovava e tinha previsto.

Para alterar esta questão, Capablanca sugeriu uma nova variante do xadrez, o Xadrez de Capablanca, a ser disputada num tabuleiro de dez por oito casas e com o acréscimo de duas novas peças: o arcebispo e o chanceler. A ideia por trás desta inovação era de que, se fossem adicionadas peças e se o tamanho do tabuleiro também fosse aumentado, a complexidade do xadrez também se ampliaria significativamente, o que permitiria ao jogador apenas um pouco mais habilidoso ter mais oportunidades para virar o jogo a seu favor, no lugar de apenas obter um mero empate. Note-se que esta complexa variante foi proposta por ele enquanto ainda era campeão do mundo

Emanoel Lasker:História dos Campeões Mundiais de xadrez

Foi Campeão no período de 1894 à 1921
Emanuel Lasker (Berlinchen, 24 de dezembro de 1868 — Nova Iorque, 11 de janeiro de 1941) foi um jogador de xadrez e matemático alemão. Em 1894, Lasker derrotou Wilhelm Steinitz com um resultado de 10 vitórias, 4 empates e 5 derrotas, o que lhe permitiu tornar-se o segundo campeão mundial de xadrez, além disso foi o jogador que manteve este título durante mais tempo, 27 anos. O seu registo de vitórias em torneios inclui vitórias em Londres (1899), São Petersburgo (1896 e 1914), Paris (1900), Nova Iorque (1924) e Nuremberga (1896).

Em 1921, perdeu o título para o cubano José Raúl Capablanca. Apesar de, um ano antes, Lasker se ter proposto a desistir do título em favor de Capablanca, este quis conquistar o título no tabuleiro. Em 1933, Emanuel Lasker e a esposa, Martha Kohn, abandonaram a Alemanha (Lasker era judeu e temia os nazistas) rumo à Inglaterra, e após uma curta estadia na União Soviética acabaram por ir viver para Nova Iorque.

Lasker era conhecido pela sua abordagem "psicológica" ao jogo, por vezes escolhia uma jogada teoricamente inferior para tentar colocar o adversário "desconfortável". Num jogo famoso contra Capablanca (São Petersburgo em 1914), onde devia ganhar a todo o custo, escolheu uma abertura com propensão para empatar o jogo, o que fez o adversário baixar a guarda e permitiu a Lasker triunfar. Um dos jogos mais famosos de Lasker é o seu confronto com Bauer (Amsterdã 1889), onde sacrificou ambos os bispos, uma manobra que veio a repetir em vários jogos. O seu nome está associado a algumas aberturas, por exemplo a variação de Lasker do Gâmbito da Dama (1.d4 d5 2.c4 e6 3.Cc3 Cf6 4.Bg5 Be7 5.e3 O-O 6.Cf3 h6 7.Bh4 Ce4).

Lasker foi um distinto matemático, obtendo seu doutorado em Erlangen sob a orientação de David Hilbert. A sua tese de doutoramento Über Reihen auf der Convergenzgrenze foi publicada na revista Philosophical Transactions em 1901. Foi ainda filósofo e amigo de Albert Einstein. Também se dedicou ao Bridge, jogo em que, à semelhança do xadrez, se tornou um mestre.