terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Philidor: História dos Campeões Mundiais de xadrez


Philidor foi campeão no período de 1745 à 1795 ( 50 anos )





Gravura que retrata uma exibição de Philidor às cegas.
Em 1744 Philidor frequentava o Café da Regência, em Paris, onde se reuniam os mais forte jogadores da capital e pensadores como Voltaire e Rousseau [1]. Imediatamente adquiriu fama ao superar todos, culminando com sua vitória sobre Kermur Sire De Legal, que era o campeão do clube[4] e havia sido o seu instrutor no jogo[5]. Dois anos mais tarde viajou para a Holanda e Inglaterra, derrotando em Londres o sírio Stamma, que com a saída de Greco, era considerado o enxadrista mais forte da época[4]. A partir daí, seu jogo era tão superior aos demais que Philidor sempre concedia algum tipo de vantagem aos oponentes, para dar interesse ao confronto. Outra circunstância que chamou muito a atenção do público foram as primeiras exibições simultâneas às cegas (quando o enxadrista enfrenta mais de um oponente sem olhar para os tabuleiros).[4]; na ocasião Philidor enfrentou dois jogadores em partidas distintas, o que nunca tinha sido visto na história até então[5]. Escreveu em 1749 Analyse du jeu des échecs (Análise do jogo de xadrez), um dos primeiros tratados sobre o jogo, o qual foi por mais de cem anos (com 70 edições) considerado como obra de referência no assunto. É dele a famosa frase «Les pions sont l'âme des échecs» (Os peões são a alma do xadrez) [6]. Este livro foi traduzido para o inglês, alemão e italiano. Levam o seu nome no jogo uma abertura defensiva para as negras chamada de Defesa Philidor, estudos sobre situações de final de jogo, conhecidos como "Posições de Philidor", além do famoso "Mate de Philidor". Andrew Soltis escreveu que "Philidor foi o melhor jogador do mundo por 50 anos"; de fato ele devia estar cerca de 200 pontos acima de qualquer pessoa no Rating ELO, separado pelos mistérios conceituais do jogo, os quais havia decifrado.[7] Também interessante é a opinião do Grande Mestre Boris Alterman sobre o jogo de Philidor[8]:





"Há 500 anos o xadrez era diferente, os peões não eram valorizados como hoje. Os melhores jogadores começavam com gambitos, onde os peões eram apenas um pequeno preço para se abrir uma coluna ou uma diagonal, a fim de se criar um imediato ataque ao rei do adversário. Era o estilo italiano de xadrez. Todas as posições do Gambito do Rei eram muito populares... O melhor jogador de xadrez de sua época foi François-André Danican Philidor... Sua publicação sobre estratégia de xadrez permaneceu por um século sem adições ou modificações significativas. Ele pregou o valor de um centro forte de peões, uma compreensão do valor relativo das peças, e a estrutura corretas para os peões...".




No mesmo artigo da web, analisando o jogo Bruehl vs Philidor, 0-1, Londres 1783, Alterman afirmou que Philidor entendia muito bem os conceitos modernos, como: poder de peões passados, peças boas e más de acordo com a posição; vantagem do domínio espacial; abertura de colunas; estrutura articulada de peões; importância do centro.

Mais de um século após a sua morte, muitas de suas ideias [6] foram retomadas e aprimoradas, principalmente por outros dois excepcionais pensadores do xadrez, Wilhelm Steinitz e Aaron Nimzowitsch [9].

Jacques François Mouret, um dos melhores jogadores franceses do início do século 19, era sobrinho de Philidor.[10]





Página de rosto do livro: A análise do xadrez
[editar] Partidas notáveis
Capitão Smith vs François André Philidor, Londres, Inglaterra 1790, Abertura do Bispo: Defesa Berlin (C24), 0-1 Um bom exemplo das ideias de Philidor sobre os peões e uma brilhante combinação de mate.
François André Philidor vs NN, Desconhecido 1749, Abertura do Bispo: Boi Variation (C23), 1-0 Este jogo pode ter sido composto por Philidor para demonstrar o valor do peão passado.

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