Thomas Accioly Borges
Thomas Pompeu Accioly Borges é, sem duvida, o menos conhecido dos campeões brasileiros. Nascido em Fortaleza no dia 17 de dezembro de 1908, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde se formou em engenharia. Como enxadrista teve uma carreira curta e acidentada. Venceu o campeonato carioca de 1930 e a tradicional Prova Clássica Caldas Vianna de 1933; em 1935 ganhou o direito de desafiar o campeão brasileiro Orlando Rocas apos vencer o Torneio Nacional de Seleção e derrotar em um curto match o vice-campeão João de Souza Mendes.
No primeiro volume de seu excelente livro "Epopéia do Campeonato Brasileiro de Xadrez" Waldemar Costa relata os acontecimentos que se seguiram:
"A disputa da final de 1935 foi a mais tumultuada da historia do Campeonato Brasileiro. O match foi transferido diversas vezes por Orlando Rocas não concordar com o regulamento. Finalmente, começou em setembro. A primeira partida terminou empatada em 17 lances. Na segunda, novo empate em 27 lances. A terceira foi anulada pela Comissão de Juizes, que marcou nova data para ser jogada. Descontrolado e sentindo-se prejudicado, Rocas insurgiu-se contra a diretoria da FBX e tentou agredir o arbitro principal Alcindo Caldas Vianna (filho do famoso enxadrista brasileiro do inicio do século João Caldas Vianna). O caos que se seguiu provocou a renuncia do presidente Barbosa de Oliveira. Em 30 de setembro de 1935 foi eleito e empossado o novo presidente da FBX: Luis Felipe Burlamaqui. Com autoridade e energia, Burlamaqui cumpriu a decisão da Comissão de Juizes, determinando o dia e local para a disputa da terceira partida, que foi vencida por Accioly Borges por ausência de Orlando Rocas. A quarta foi declarada empate, mas não se tem certeza se foi mesmo efetuada. A quinta foi novamente ganha por Accioly Borges por não comparecimento do adversário. Apos essa partida, a FBX encerrou o match com a vitória de Accioly Borges por 3,5 a 1,5. Borges, então, foi proclamado o novo campeão brasileiro."
Infelizmente, Accioly Borges não pode defender o seu titulo. O motivo foi inusitado: o campeão estava preso! Waldemar Costa continua assim o seu relato:
"Membro da Aliança Nacional Libertadora, Accioly Borges participou ativamente da política brasileira na época da ditadura de Getulio Vargas. Como o partido fora fechado durante o Estado Novo, Accioly manteve-se na clandestinidade, sendo preso diversas vezes como subversivo. Foi companheiro de cela do escritor Graciliano Ramos, na Ilha Grande. Em 1937 foi posto em liberdade, mas logo em seguida condenado novamente pelo Supremo Tribunal Militar a 3 anos e 10 meses de prisão. Para não ser capturado procurou asilo na embaixada do Peru. Depois, ficou exilado alguns anos na Argentina."
Em 1945, com o fim da ditadura, retornou ao pais. Chegou a jogar em alguns torneios, o principal sendo o Torneio Internacional do Rio de Janeiro de 1946, vencido por Najdorf e onde obteve a quarta colocação. Mas logo em seguida abandonou definitivamente o xadrez. Faleceu no Rio de Janeiro em 18 de setembro de 1986.
Thomas Pompeu Accioly Borges é, sem duvida, o menos conhecido dos campeões brasileiros. Nascido em Fortaleza no dia 17 de dezembro de 1908, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde se formou em engenharia. Como enxadrista teve uma carreira curta e acidentada. Venceu o campeonato carioca de 1930 e a tradicional Prova Clássica Caldas Vianna de 1933; em 1935 ganhou o direito de desafiar o campeão brasileiro Orlando Rocas apos vencer o Torneio Nacional de Seleção e derrotar em um curto match o vice-campeão João de Souza Mendes.
No primeiro volume de seu excelente livro "Epopéia do Campeonato Brasileiro de Xadrez" Waldemar Costa relata os acontecimentos que se seguiram:
"A disputa da final de 1935 foi a mais tumultuada da historia do Campeonato Brasileiro. O match foi transferido diversas vezes por Orlando Rocas não concordar com o regulamento. Finalmente, começou em setembro. A primeira partida terminou empatada em 17 lances. Na segunda, novo empate em 27 lances. A terceira foi anulada pela Comissão de Juizes, que marcou nova data para ser jogada. Descontrolado e sentindo-se prejudicado, Rocas insurgiu-se contra a diretoria da FBX e tentou agredir o arbitro principal Alcindo Caldas Vianna (filho do famoso enxadrista brasileiro do inicio do século João Caldas Vianna). O caos que se seguiu provocou a renuncia do presidente Barbosa de Oliveira. Em 30 de setembro de 1935 foi eleito e empossado o novo presidente da FBX: Luis Felipe Burlamaqui. Com autoridade e energia, Burlamaqui cumpriu a decisão da Comissão de Juizes, determinando o dia e local para a disputa da terceira partida, que foi vencida por Accioly Borges por ausência de Orlando Rocas. A quarta foi declarada empate, mas não se tem certeza se foi mesmo efetuada. A quinta foi novamente ganha por Accioly Borges por não comparecimento do adversário. Apos essa partida, a FBX encerrou o match com a vitória de Accioly Borges por 3,5 a 1,5. Borges, então, foi proclamado o novo campeão brasileiro."
Infelizmente, Accioly Borges não pode defender o seu titulo. O motivo foi inusitado: o campeão estava preso! Waldemar Costa continua assim o seu relato:
"Membro da Aliança Nacional Libertadora, Accioly Borges participou ativamente da política brasileira na época da ditadura de Getulio Vargas. Como o partido fora fechado durante o Estado Novo, Accioly manteve-se na clandestinidade, sendo preso diversas vezes como subversivo. Foi companheiro de cela do escritor Graciliano Ramos, na Ilha Grande. Em 1937 foi posto em liberdade, mas logo em seguida condenado novamente pelo Supremo Tribunal Militar a 3 anos e 10 meses de prisão. Para não ser capturado procurou asilo na embaixada do Peru. Depois, ficou exilado alguns anos na Argentina."
Em 1945, com o fim da ditadura, retornou ao pais. Chegou a jogar em alguns torneios, o principal sendo o Torneio Internacional do Rio de Janeiro de 1946, vencido por Najdorf e onde obteve a quarta colocação. Mas logo em seguida abandonou definitivamente o xadrez. Faleceu no Rio de Janeiro em 18 de setembro de 1986.
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